A Postura Do jovem +Qvencedor
A mensagem de Paulo era a cruz. Como mensageiro da cruz, ele
mesmo era uma pessoa crucificada. Em suas cartas, vemos que, por mais que sua
mensagem fosse a cruz e ele fosse uma pessoa crucificada, precisou ainda adotar
a atitude de cruz.
Paulo assumiu essa postura quando
escreveu aos coríntios.
Ele disse em sua carta que, quando foi ter com eles
para anunciar o testemunho de Deus, não o fez com uma atitude soberba e
arrogante, fazendo de si juízo maior do que convinha, nem como o profundo conhecedor
da lei e das tradições que era ou com linguagem persuasiva e profunda
sabedoria.
Paulo não fez nada disso, ainda que pudesse, pois era conhecido na
tradição judaica.
Ele foi proclamar o evangelho da cruz no espírito da cruz:
sua palavra e sua pregação não consistiram na persuasiva linguagem da
sabedoria, mas em demonstração do Espírito e poder.
Paulo não se apresentou diante dos coríntios para
realizar os maiores prodígios e milagres. Ele estava ali expondo aquilo que de
fato era importante: a demonstração do Espírito, que consistia na edificação
das pessoas ao se sentirem tocadas pelo poder da Palavra de Deus.
A igreja era
edificada, as pessoas eram libertas, salvas genuinamente, nasciam de novo, mas
não só isso, elas nasciam famintas por Deus. Uma criança quando nasce, nasce
aos prantos e com fome.
É assim que
devemos nascer em Cristo, quebrantados e famintos por Deus. Os novos
convertidos devem nascer entre nós com os olhos carregados de lágrimas,
querendo mais de Deus. Isso é o normal. Essa é a demonstração do Espírito e do
poder.
A cruz é a sabedoria de Deus, embora essa sabedoria seja
loucura aos olhos naturais dos incrédulos. Ao sair como pregadores de uma
“mensagem louca”, precisamos adotar uma “postura, uma atitude e palavras
loucas”.
A reputação
precisa cair por terra, senão o Diabo não cai. Aquele que é louco por Deus
assume posturas e posicionamentos anormais: ele fala de Deus em casa, na
escola, no trabalho e no meio da rua.
Não adianta dizer
que é um jovem +Qvencedor e ficar preocupado com aquilo que dirão a seu respeito,
com as críticas que fizerem quando você pregar. Ninguém ganhará o Brasil com
vergonha de pregar o evangelho.
Pode até parecer
loucura pregar a Bíblia dentro da faculdade, na escola, mas a vitória de Paulo
estava justamente no fato de ele ser uma pessoa crucificada.
Assim, ele podia
proclamar a cruz de Cristo com atitude e com espírito em qualquer lugar em que
estivesse.
Pessoas que não possuem a experiência da cruz, o espírito
da cruz, são incapazes de conceber a cruz e tocar os outros. Não podemos dar o
que não temos. É justamente esse o motivo do fracasso da pregação da cruz na
vida de muitos. Muitos têm pregado, mas poucos são tocados. A cruz que eu
proclamo tem que primeiro me levar à morte. A palavra que eu prego primeiro
precisa fluir dentro de mim.
As pessoas estão
precisando de vida.
Vida é poder. A
menos que permitamos o fluir do Espírito de Deus em nossa vida, não veremos e
nem seremos canais desse mesmo fluir na vida de outras pessoas. Devemos pregar
a vida que recebemos da experiência diária da cruz abrindo mão, perdendo,
matando a natureza da serpente que carregamos, que é rebelde e que brota dentro
de nós sempre que alguém nos contraria.
Há um canal de vida, um canal para a cruz.
Vemos algo
surpreendente no Evangelho de João. No capítulo 12, Jesus havia acabado de
ressuscitar Lázaro, que já estava morto há quatro dias.
Sem dúvida, esse foi
um dos maiores milagres do ministério de Jesus.
Todos ansiavam por
falar com Ele, querendo proclamá-Lo rei. Nesse momento de glória em que todos
queriam coroá-Lo como rei, Jesus desfere a espada cortante, dizendo: “Vocês
estão querendo fazer de mim seu rei.
Todos querem me
coroar [paráfrase].
Mas quando eu for
levantando da terra, atrairei todos a mim mesmo. Com essas palavras, Jesus
anunciava a forma como deveria morrer” (Jo 12:32,33).
A intenção dos jovens +Qvencedores é atrair todos os
jovens a Cristo no sentido de conduzi-los ao novo nascimento. É a mesma
intenção de Jesus no Evangelho de João.
Todavia, para que
isso aconteça, devemos passar pelo que Jesus passou, ou seja, permitir que Deus
nos levante na cruz.
Foi naquela hora que
Jesus ganhou o mundo.
Naquele momento, o
mover de Deus aconteceu. Isso é avivamento.
Avivamento não é calafrio
na espinha, é prego na mão, coroa de espinhos na cabeça e lança traspassando o
lado; é alma quebrada, gotas de sangue no suor, jejum, clamor, agonia,
intercessão, lágrimas nos olhos e desespero por Deus.
A Palavra nos diz que nenhum discípulo pode ser maior do que
seu mestre (Mt 10:24; Lc 6:40). Se Jesus foi usado para fazer revolução através
da cruz, ninguém poderá passar por outro caminho.
É preciso que
tenhamos consciência de que cruz é ter Deus no centro, é ver o trono. O trono
do mundo não está em um lugar, em uma cidade, mas na cruz.
Cristo reina a partir
da cruz. A coroa de espinhos vem antes da coroa de glória.
A cruz vem antes do
trono.
A humilhação vem
antes da honra, antes do reino.
Muita gente quer
autoridade sem a cruz. O mesmo caminho trilhado por Cristo e Paulo deverá ser
trilhado por nós. Ali o Diabo é definitivamente derrotado.
Existem muitas pessoas expulsando demônios em seu
ministério, assim como Jesus fez durante o d’Ele.
Contudo, Jesus os
venceu quando morreu, porque, no dia em que isso aconteceu, a cabeça da
serpente foi esmagada.
Naquele dia, as
portas do céu foram abertas e o véu foi rasgado para que todo homem fosse
salvo. Portanto, avivamento não nos fala de festa, mas de pregos. Essa é a
realidade por trás da palavra “avivamento”.
Pregados na cruz,
somos tocados e, uma vez tocados, podemos tocar os outros.
Precisamos deixar
Deus nos levar por esse caminho.
Há três tipos de pessoas que carregam uma cruz: Jesus, os
ladrões e Simão, o cireneu. A cruz de Simão é a cruz forçada.
Ela nos fala de algo
feito à contra gosto, obrigado.
A cruz que Simão
carregou não mudou a vida de ninguém, não tocou ninguém.
A cruz do ladrão é a
cruz daquele que a carrega como resultado de uma vida torta, errada.
A verdadeira cruz é
sempre injusta.
Jesus não fez nada
para ser entregue ali.
Ele não merecia o
castigo e a humilhação pelos quais passou.
A cruz é injusta não
por causa de você, ela é injusta por causa dos outros que Deus quer tocar
através de você.
Nosso problema é termos muitos “Simões”. Eles até entendem o
caminho que conduz ao avivamento no Brasil e o desejam, mas, ao serem
conduzidos por Deus a esse caminho (quando Deus os abraça, quando os toca com
seus braços de amor e lhes mostra a cruz), eles resmungam e descobrem que não a
querem.
Eles passam a se
sentir obrigados e a cruz fica extremamente pesada.
O que pessoas assim
ignoram é que a cruz nos fala de amor, mas elas olham apenas para si e esquecem
que Jesus também está ali com as mãos presas pelos cravos que machucam e fazem
doer as mãos na caminhada.
Esquecem que Jesus
podia abandoná-la a qualquer momento, mas nada falou, não recusou a cruz, mesmo
sabendo que poderia convocar uma legião de anjos e acabar com todos aqueles
soldados.
Se agiu assim, Ele o
fez porque Sua intenção não era acabar com eles, mas resgatá-los, salvá-los.
Por isso, Jesus foi para a cruz, não por obrigação, mas por amor, por
constrangido pelo amor do Pai, porque queria fazer a vontade d’Ele, e não a
Sua.
Jesus se angustiou até a morte no Getsêmani.
Ali suou gotas de
sangue em demonstração de profundo sofrimento, dor e desespero, pois, ainda que
fosse o Filho de Deus, o peso sobre si não poderia ser aliviado. Ele sabia
disso, e sabia ainda o que estava por vir.
Há jovens entre nós
que não farão parte do mover porque vão para a cruz obrigados, e não por
obediência ao chamado de Deus.
Eles não tiveram
revelação da parte de Deus de que vale a pena morrer pela transformação deste
país e receber a coroa diante do Senhor naquele dia para o resto da eternidade.
Esses jovens estão
fazendo algo forçado, para ficar bem diante da multidão, ou só porque o pastor
disse que, uma vez salvos, eles deveriam liderar outros jovens.
O líder mais miserável que existe é o que faz a obra para
ficar bem diante dos homens. Julga que, para ser espiritual, deve liderar.
Tudo o que faz, faz
sem encargo, sem amor, sem um chamado, sem revelação; faz porque todos fazem,
e, se ele não fizer, será rotulado de carnal. Não foi conquistado por uma
visão. Carrega uma cruz que não é resposta a Deus, é uma cruz obrigada, é a
cruz de Simão, sem poder.
Não é uma cruz, mas
apenas um crucifixo. Sua cruz é como a cruz do comunista: bonita, atraente,
envolvente, tem cara de crente, igualdade para todos, mas não muda nada, porque
Cristo não está nela.
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